Património do Concelho

Foros de Salvaterra

 
Com a extinção das coutadas em 1821, a junta da paróquia de Salvaterra de Magos decidiu criar em 1845, o aforamento daquela vasta área de terreno, em que hoje se consolida parte do concelho. O objectivo consistia no desbravamento dos terrenos a fim de os tornar cultiváveis.
Surgiram, consequentemente, novas formas de exploração destas terras arenoargilosas, o que captou a atenção de pessoas, que se passariam a designar por foreiros, para aí se fixarem. No início do século XX, são bem visíveis as áreas cultivadas, essencialmente através da vinha e do eucalipto.

 
  • Monumentos
- Igreja do Imaculado Coração de Maria
- Barragem de Magos, espaço de lazer por excelência, tendo sido construída na década de 30.
  • Artesanato
- Cerâmicas
- Rendas
- Bordados
  • Gastronomia
- Sopa de osso à moda dos Foros
- Rancho à moda dos Foros
- Espetada à moda dos Foros
- Galinha guisada com batata ou Massa
- Cozido à portuguesa à moda dos Foros
- Perna de cabrito no forno
- Pudim de ovos

 
Glória do Ribatejo

 
Vivendo durante séculos da agricultura e pastorícia os habitantes da Glória do Ribatejo, foram desenvolvendo uma cultura muito peculiar, com enormes originalidades ao nível da linguagem, danças, artesanato, vestuário e comportamentos sociais. A simplicidade da cultura gloriana constitui a sua maior riqueza, sem imponentes monumentos mas com uma cultura interiorizada pelos seus habitantes, uma cultura construída no dia-a-dia de uma população que só podia contar com o seu próprio esforço para viver, é por ser uma cultura do povo que lhe é legítima o direito de ser divulgada e sobretudo ostentada.
  • Monumentos
- Igreja de Nossa Senhora da Glória foi mandada edificar pelo monarca que ficou na história com o cognome de “O Justiceiro” (D. Pedro I), em 1362.
- Coreto
- Igreja do Cocharro
- Núcleo Museológico da Glória do Ribatejo

.Casa Tradicional da Glória do Ribatejo: núcleo existente desde 1988 promovido pela Associação para a defesa do Património Etnográfico e Cultural. Reconstituiu-se um modelo de habitação de um agricultor de poucos recursos, da década de 40. A casa é feita em adobe, constituída pelas divisões da sala e do quarto.
 
.Museu Etnográfico: edifício constituído por dois andares que funcionam como local de exposição de instrumentos agrícolas, peças de vestuário e objectos de valor arqueológico e também como espaço de exposições temáticas.
  • Artesanato
Uns dos aspectos mais marcantes da arte popular gloriana são os bordados a ponto de cruz. A arte de "marcar". Assim se diz na Glória do Ribatejo, marcar, é para as glorianas, bordar. Os bordados estão presentes, das mais variadas formas, no quotidiano local. Bordados a ponto de cruz, várias peças de vestuário tradicional e rendas (bicos).
  • Gastronomia
- Furjoca

- Pão com chouriço
- Chouriço de carne
- Chouriço de Sangue
- Sarrabulho
- Pão caseiro
- Pão de milho
- Broa de milho

Granho

O Povo construiu a sua história com muito esforço e luta, desbravou matos e arroteou terras. É uma freguesia em franco desenvolvimento. Os habitantes de Granho têm o cognome de Pampas, pelo facto da localidade se situar junto da ribeira e nesta água existirem elevado número de peixes com este nome. O facto de os habitantes beberem esta água e se alimentarem destes peixes responsabilizará a opção deste cognome.
  • Monumentos
- Igreja de construção recete, com linhas simples, a sua construção data de 1972, e tem como oráculo N. Sra. de Fátima.
  • Artesanato
O povo do Granho mantém os trajes típicos do Rancho, o qual é composto por saia vermelha rodada, lenço colorido na cabeça, blusa branca, avental enfeitado, tamancos, para a mulher, calça justa preta, barrete preto na cabeça, camisa branca, colete preto, tamancos, para o homem. O calçado varia entre os tamancos, para os mais abastados, ou descalços, para a maioria das pessoas. Este traje é mantido, em parte, como vestuário nas actividades recreativas, como o folclore.
  • Gastronomia
- Sopa de Feijão (sopa forte, mistura de hortaliça com carnes de porco, vaca e enchidos).

- Barbos fritos
- Filhoses

 
Marinhais

O povoamento fez-se originalmente com elementos humanos oriundos de Cantanhede, Pombal e Montemor-o-Velho que vinham trabalhar nas parcelas de terrenos de proprietários agrícolas referidos. Nesta zona davam nas vistas as enormes extensões de terreno cobertas de Camarinheiros (plantas empetráceas que produzem frutos pequenos e redondos chamados Camarinhas) em tal quantidade que a designação de Foros de Muge foi, a pouco e pouco, pelo Rei D. Carlos e sua comitiva, substituída pela de Camarinhais. Quando em 1902 se tornou necessário dar o nome à Estação de Caminhos de Ferro que se ia inaugurar, não se sabe se por deturpação da designação de Camarinhais, se pelo propósito de a simplificar, foi dado definitivamente à Aldeia o nome de Marinhais.
  • Património
- A Capela de S. Miguel Arcanjo foi construída em 1875, situa-se onde outrora fora o centro da vila. Estamos perante um templo de uma só nave e de planta rectangular, sendo possível constatar no seu interior um altar simples de alguma beleza.
 
- Estação de Caminho-de-ferro Inaugurada em 1904, pelo próprio rei D. Carlos, foi um importante passo no desenvolvimento da freguesia de Marinhais.
  • Artesanato
No Concelho de Salvaterra de Magos é possível identificar um conjunto de actividades tradicionais, entre as quais, as Vergas e Vimes de Marinhais, feitos por cesteiros oriundos do Norte do país que deixaram a sua arte na freguesia, onde manualmente se fazem uma grande diversidade de peças de verga e vime, cestos, cadeiras sofás e estantes, que pela sua diversidade e utilização, distingue os residentes desta freguesia dos outros. Também podemos encontrar nesta vila o Correeiro, que habilmente trabalha o cabedal, reparando ou fazendo, arreios, cabeçadas e cintos.
  • Gastronomia
- Sopa de camponesa

- Batatinha de sopa
- Torricado com bacalhau assado
- Açorda de sável
- Enguias fritas
- Entrecosto à lavrador

Muge

A povoação de Muge, é muito antiga, povoada desde o período mesolítico. Descobertos em 1863 pelo arqueólogo Carlos Ribeiro, os célebres Concheiros de Muge constituem o maior complexo Mesolítico da Europa. Os concheiros eram «colinas artificiais» onde se estabeleceram sazonalmente comunidades de caçadores-recolectores, que faziam da apanha de moluscos uma das suas actividades principais.

Os concheiros da Ribeira de Muge (Cabeço da Arruda; Moita do Sebastião e Cabeço da Amoreira), pertencem às mais importantes estações da nossa Pré-história. As maiores colecções de esqueletos do período mesolítico na Europa, são as dos concheiros de Muge. Pela sua quantidade (cerca de 300) e pela importância científica, são citados em todos manuais da Pré-história.
  • Património
- Igreja de Nossa Senhora da Conceição cnstruída em 1297, esta igreja está intimamente ligada ao nascimento de Muge. A padroeira é Nª Sr.ª da Conceição, foi construída por Afonso Pais, pároco de Salvaterra, por ordem do bispo de Lisboa. Isto deve-se ao facto de cada vez mais colonos afluírem à aldeia de Muge e, por não terem igreja paroquial, escusavam-se ao pagamento dos dízimos.

- Palácio dos Duques de Cadaval - Uma referência nesta parte do concelho são os Duques de Cadaval que foram Senhores de Muge. Detentores de uma enorme percentagem de terrenos nesta zona, aqui construíram o seu palácio e imprimiram um forte cariz agrícola à localidade, sendo a Casa Cadaval reconhecida como uma das instituições mais poderosas do período pós-Restauração. No século XVII, D. Nuno Álvares Pereira de Melo, primeiro duque de Cadaval, torna-se donatário da vila.

- Ponte Romana de Muge - Construída no período romano, é um importante vestígio da presença daquele povo no concelho. A presença romana na freguesia de Muge, está bem acentuada no lugar de Porto de Sabugueiro. Neste local encontram-se os vestígios mais marcantes deste período histórico. Esta Ponte foi um dos principais pontos de travessia, que ligava Muge, quer ao interior do país (Alentejo), quer à cidade de Santarém. Possui um inegável valor histórico, fazendo parte da memória e identidade patrimonial do concelho de Salvaterra de Magos.
  • Artesanato
- Olaria de Muge - Apesar da sua antiguidade, a olaria de Muge, continua ainda a desenvolver a sua actividade graças ao esforço e empenho dos oleiros, que vão contribuindo com a sua arte para a manutenção da tradição do trabalho com o barro.Escavações arqueológicas, descobriram vestígios de um forno de cerâmica romano, na freguesia de Muge, desde esse período até aos dias de hoje, a roda do oleiro não parou. O Mais usual na Olaria de Muge é o barro vidrado.
  • Gastronomia
- Lapardana
- Bacalhau coberto
- Doce da Zulmira
- Bolo de chocolate da Graziela

Salvaterra de Magos

Situado em pleno coração do Ribatejo, o Concelho de Salvaterra de Magos revela-nos todo o seu esplendor, numa simbiose admirável entre o homem, a natureza e o passado histórico.

Outrora uma estância preferida dos reis da dinastia de Bragança (que governaram Portugal durante 270 anos, a partir de 1640), Salvaterra de Magos tinha um palácio magnífico com esplêndidos jardins, um circo para touradas e um teatro de ópera, mas tudo isso foi destruído por um grande incêndio (1824) e, agora, só restam a Capela Real e as instalações da Falcoaria.
  • Património
- Praça de Toiros – A praça de Toiros de Salvaterra de Magos, foi construída em 1920, situada à entrada da vila, junto à estrada nacional, é um cartão-de-visita para todos os “aficionados”.

- Edifício da Câmara Municipal – Edifício que possui traços de construção pública do séc. XVII.

- Capela do Antigo Paço Real – A origem deste templo remonta ao séc. XVI, quando o Infante D. Luís o manda edificar. A capela Real sofreu obras no reinado de D. Pedro II (séc. XVII), que mandou executar o altar em talha dourada, no altar destaca-se também um Cristo em tamanho natural.

- Igreja Matriz de São Paulo – Situada no meio da Vila, foi construída em 1296, no seu interior no tecto existem pinturas, incluindo a de São Paulo (Padroeiro de Freguesia de Salvaterra de Magos).

- Falcoaria do Antigo Paço Real – O período de maior ascensão da falcoaria, dá-se em 1752 quando chegaram ao Palácio da Falcoaria Real, 10 falcoeiros holandeses de Valkenswaard, para ensinar esta arte.

- Fonte do Arneiro – Situada no local onde existia o “Arneiro” da Vila, foi edificada em 1711, durante séculos abasteceu a população da vila.

- Fonte dos Namorados – Fontanário construído em 1933, no antigo largo de S. Sebastião.Obra vista ao longo dos anos como património arquitectónico, especialmente pelos estudiosos da construção de fontanários.

- Celeiro do Cais da Vala – Espaço Cultural Edifício do séc. XVII, pertenceu à Casa do Infantado, era património de família que ia passando de geração em geração. A partir de 1910 passou a funcionar como Celeiro Agrícola, exploração feita através da Companhia das Lezírias. Em 1998 foi adquirido pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, depois de algumas obras de reconstrução foi inaugurado ao púbico em 2000. Actualmente é por excelência um espaço museológico e cultural privilegiado do Concelho para programações regulares nas Artes de Palco e exposições temporárias.

- Centro de Interpretação e Educação Ambiental/Museu do Rio - Edifício construído em 2004, é importante na perspectiva do Turismo, alberga o Museu do Rio, que dá a conhecer a todos os visitantes a história dos costumes e tradições das gentes ligadas ao rio Tejo.

- Cais da Vala – Espaço para actividades náuticas, de competição, de lazer ou da fauna pesqueira.

- Ponte do Cais da Vala – No reinado de D. João IV, promoveram-se grandes obras no Paúl de Magos em toda a sua extensão, e por consequência terá mandado construir a ponte.

- Aldeia PiscatóriaEscaroupim - As migrações sazonais no rio Tejo feitas por pescadores vindos de Vieira de Leiria, rumaram ao sul, ficaram conhecidos por avieiros, “ciganos do Tejo”.

- Núcleo Museológico do Escaroupim-Habitação em madeira pintada com cores garridas, assente em pilares devido às cheias do rio, o interior esta dividido em três espaços, cozinha, sala e quarto.

- Igreja da Misericórdia – A sua fundação remonta ao séc. XVIII, é um templo de uma só nave, com o altar-mor em talha dourada.
  • Artesanato
Salvaterra de Magos, concelho ribeirinho do Tejo, com os seus campos férteis, onde a pesca e a agricultura, ocuparam a vida de suas gentes. As tradições, os ofícios e as artes foram passando de geração em geração, sendo possível nos dias de hoje encontrar neste Concelho actividades que com o passar do tempo e a crescente industrialização, têm desaparecido.
O artesanato concelhio é rico e variado, a Olaria de Muge, os bordados a ponto cruz da Glória do Ribatejo, os vimes e as vergas de Marinhais, encantam qualquer pessoa.
No concelho poderá encontrar o Correeiro, que habilmente trabalha o cabedal, reparando ou fazendo arreios, cabeçadas e cintos.
As miniaturas de barcos como as bateiras, evidenciam a forte influência do rio Tejo na vida destas gentes, que outrora construíam e reparavam as suas embarcações.
Com o ferro forjado fazem-se vários utensílios domésticos e decorativos. Com grande habilidade as mãos pintam tecidos, porcelanas, gessos, marfinites, vitrais, combinam flores secas, enfeitam madeiras e estanhos, num bailado indeterminável os dedos vão fazendo as rendas, bordando o pano, trabalham as farpas e as embolas, captando as atenções e produzindo peças de rara beleza.
  • Gastronomia
A cozinha típica do Concelho de Salvaterra sofreu ao longo dos tempos a influência da Lezíria,  da Charneca e do rio Tejo. Da Lezíria e da Charneca vieram as carnes, o borrego, o cabrito,  as aves de bico, a vaca e as carnes bravas; as sopas, bem condimentadas e ricas em legumes, hortaliças, carnes e enchidos, muitas vezes para ficarem mais saborosas deitavam-lhe um osso de porco.
Do Tejo com o sável, a saboga, o barbo, a fataça, a lampreia e a enguia, faziam-se sopas, açordas, molhatas, assados.
A doçaria é excelente, composta por pudins, biscoitos, arroz doce, broas, tortas e bolos bem amassados, cuja massa fica horas a fermentar.